ABIPLA ALERTA:

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Produção de produtos de limpeza deve bater recorde histórico em 2024, mas previsão para 2025 e 2026 é de queda

Setor de saneantes deve encerrar 2024 com o maior índice de produção da história, mas a ABIPLA alerta para dificuldades conjunturais entre os anos de 2025 e 2026, que podem levar ao aumento de preços, redução na produção e de empregos no setor.

Segundo o diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso de Doméstico e de Uso Profissional, Paulo Engler, apesar de a fabricação de produtos de limpeza poder encerrar o ano de 2024 com alta histórica, considerando que o 3º trimestre teve expansão de 11% sobre o mesmo período de 2023, alguns fatores preocupam a indústria de saneantes para os próximos anos.

“Estamos crescendo este ano, após um período em que os fabricantes enfrentaram grandes desafios logísticos, de falta de insumos e de alta nos preços de matérias-primas, que marcaram, em especial, os anos de 2021 e 2022, em que a pandemia desorganizou as cadeias de suprimentos de diversos setores produtivos”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.

Ele lembra que, por conta desse cenário, o setor, que vinha operando perto de sua máxima histórica de produção, até a chegada da pandemia, chegou a enfrentar queda de 5,7% em 2022Em 2023, o setor cresceu 5,6% e, em 2024a alta acumulada, até o 3º Trimestre, é de 11%.

A recuperação, após o ajuste enfrentado em 2022, foi vigorosa e isso aconteceu porque a indústria encontrou maneiras de estabilizar seus custos de produção ao mesmo tempo em que manteve seus projetos de pesquisa e desenvolvimento”, analisa Engler.

A estabilização dos custos de produção, por sinal, foi repassada ao consumidor em 2024. De acordo com o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, em média, os preços de produtos de limpeza recuaram 3,06% (até setembro de 2024). Já a inflação geral, pelo mesmo índice, foi de 4,09%. “Os produtos de limpeza estão, de fato, mais baratos ao consumidor nos últimos meses, com alguns itens com preços significativamente mais baixos, como sabão em barra, que está cerca de 10,6% mais barato que no ano passado e o sabão em pó, que caiu 6%”, explicou Paulo Engler.

ABIPLA prevê queda para 2025 e 2026

O diretor-executivo da ABIPLA alerta que a conjuntura econômica que se apresenta para os próximos anos acende um alerta para o setor. Nos últimos meses, os aumentos de custos industriais, em áreas como energia elétrica, combustíveis, a alta da alíquota de importação de insumos químicos e em embalagens têm afetado o desempenho do setor. “Nossa indústria viu suas margens ficarem muito apertadas no segundo semestre de 2024 e isso pode fazer com que um repasse de aumentos de custos se torne necessário a partir de agora”, diz Paulo Engler.  

Em sua análise, “a falta de investimentos, causada pelos juros altos, o preço da energia elétrica e do óleo diesel e o aumento das alíquotas de importação para matérias-primas são fatores que acarretarão o inevitável repasse de preços aos consumidores, o que pode levar à retração nas vendas dos saneantes, considerando que o consumidor desses produtos é muito sensível a preços”, alerta o diretor-executivo da ABIPLA.

Como consequência da provável retração nas vendas, “a produção também deverá se ajustar, assim como a indústria deverá cortar despesas entre os anos de 2025 e 2026, o que levará à possível redução dos níveis de empregos no setor, que vinham se mantendo em crescimento constante desde 2019 e que, atualmente, estão num patamar acima de 93 mil postos de trabalho, nas mais de 8 mil fabricantes cadastradas”, comentou Paulo Engler.

Vale lembrar que, desde 2020, o setor acumula um saldo positivo de mais de 12 mil empregos gerados, de acordo com informações do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. “É um crescimento significativo e que aconteceu mesmo durante o período crítico de Covid-19. No entanto, o cenário para 2025 pode fazer com que esse movimento seja interrompido e que tenhamos um saldo negativo de empregos no ano que vem”, lamenta.

Com a possível retração na produção e a tendência de corte de despesas, Engler não descarta a possibilidade de que pequenas fábricas do setor venham a fechar suas portas, considerando que a maioria (96%) são pequenas e médias empresas. Engler destaca, ainda, que o consumo de produtos informais, que caiu pela metade entre 2021 e 2024, pode voltar a subir, por conta da possível elevação dos custos de produção e repasse ao consumidor. “Nossa última pesquisa de informalidade apontou que 11% de todo o mercado de produtos de limpeza de uso doméstico é informal, ou seja, são produtos vendidos sem autorizações sanitárias e que são um perigo à saúde pública. Em 2021, a informalidade era de 22%. O cenário que se apresenta para os próximos anos pode fazer com que a informalidade volte a crescer”, lamenta.

Sobre a ABIPLA

Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável. O setor movimenta US$ 7,5 bilhões anuais e responde por, aproximadamente, 93 mil empregos diretos.

Perfil do porta-voz

Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP. Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPLA e SIPLA, além de ser Presidente Executivo do IdQ – Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química.

Link para fotos do porta-voz: https://drive.google.com/drive/folders/1NOnN4XCWhQ_aPTBG0LI7IN6Dneok1BmC?usp=sharing

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