Unilever escolhe Brasil para estreia em desinfecção hospitalar
25/10/2022 10h38
SÃO PAULO (Reuters) – A Unilever está começando pelo Brasil a vender produtos de desinfecção hospitalar, como parte de um esforço global da gigante britânica de bens de consumo para obter receitas em mercados de alto crescimento e recuperar margens cadentes.
A companhia anuncia na quarta-feira o lançamento dos primeiros produtos de sua linha MedCare, desenvolvidos no Brasil e que a companhia pretende exportar para América Latina e outras regiões do mundo a partir do ano que vem. A iniciativa vem na esteira da pandemia, que ampliou a demanda por serviços e produtos de saúde, segundo a companhia.
O Brasil tem hoje mais de 362 mil estabelecimentos de saúde, como hospitais e clínicas públicas e privadas, um número 10% maior do que em 2020, de acordo com dados do Ministério da Saúde citados pela Unilever. Cerca de 5% desses estabelecimentos usam produtos específicos para a limpeza desse tipo de ambiente.
“A demanda por produtos com maior poder de desinfecção ampliará esse mercado para 100 mil estabelecimentos nos próximos três anos, dos quais esperamos atender cerca de metade”, disse à Reuters o diretor de marketing e novos negócios no país da Unilever Profissional, Guilherme Machado.
Isso, mesmo com os produtos custando até 150% mais do que os desinfetantes mais usados no mercado para limpeza residencial. Para isso, a companhia planeja usar sua rede de distribuição para atingir todas as regiões do país, e usar parte do investimento para formar profissionais.
Desenvolvidos na unidade de pesquisa e desenvolvimento da Unilever em Valinhos (SP), onde planeja criar uma série de produtos para o mercado de saúde nos próximos anos, os produtos para desinfecção foram testados por seis meses com o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com o qual a Unilever tem um acordo até 2025.
O anúncio, cerca de dois anos após a Unilever ter lançado também no Brasil uma unidade de franquia de lavanderias, ocorre com a gigante buscando soluções próprias para se firmar no mercado de saúde, após ter desistido no início deste ano de tentar comprar a divisão de saúde da GlaxoSmithKline por 68 bilhões de dólares.