Saneamento não é despesa. É investimento
De acordo com levantamento do Instituto Trata Brasil, apresentado aos associados da ABIPLA, a universalização do saneamento básico poderia gerar ganhos econômicos de R$ 1,1 trilhão.
No dia 2 de junho, Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, referência em estudos e programas de saneamento básico no País, realizou uma apresentação para associados da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, na qual afirmou que a universalização do saneamento básico no Brasil pode alavancar ganhos econômicos de R$ 1,1 trilhão, devendo ampliar, também, a demanda por saneantes.
Luana destacou que, entre os principais ganhos, estariam o aumento da renda com o turismo (R$ 42,8 bilhões), a economia em despesas públicas de saúde (R$ 5,9 bilhões), a valorização imobiliária (R$ 22,3 bilhões) e o aumento da renda e da produtividade no trabalho (R$ 190,3 bilhões). “Crianças que vivem em áreas com baixos índices de saneamento básico têm piores desempenho no ENEM, por exemplo. Além disso, trabalhadores destes locais podem sofrer intoxicações ou contraírem doenças de veiculação hídrica e ficam com sua produtividade comprometida”, explicou a executiva.
De acordo com Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, o País tem uma grande oportunidade de melhorar os índices de atendimento de fornecimento de água e tratamento de esgoto, nos próximos anos, por conta da aprovação do Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020 e que prevê universalizar os serviços até 2033. “Nossos associados estão se preparando para atender esse possível aumento de demanda de saneantes para a rede pública de água e esgoto. Esperamos que os investimentos acelerem e que as metas do Marco Legal possam ser atingidas”, analisou.
Para Luana, uma das principais travas, para o avanço dos programas, pelo País, começa a ser contornada com a possibilidade de ingresso, em blocos, por parte dos municípios de pequeno e médio portes, o que facilitaria a comprovação financeira necessária para a execução dos projetos. Segundo ela, dos 26 estados brasileiros, 17 já possuem lei de regionalização aprovada e criaram blocos de municípios.
Dia Mundial do Meio Ambiente
A apresentação da presidente do Instituto Trata Brasil ocorreu dias antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho. Os participantes lembraram que a água é um recurso finito e que é imprescindível melhorar os índices de saneamento no País (veja tabela abaixo) para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. “Temos que agir de forma imediata e assertiva. O custo para universalização dos serviços é alto, mas os ganhos são superiores em todos os sentidos, inclusive financeiramente, como apontou o próprio Instituto Trata Brasil”, finalizou Engler.
Números do Saneamento no Brasil*
- 35% dos brasileiros não têm acesso à água tratada.
- 40% da água é perdida antes de chegar às residências (incluindo perdas físicas e comerciais, por conta de furto de água).
- 100 milhões de pessoas não têm acesso à coleta de esgoto.
- 50% dos esgotos gerados são tratados.
- 273 mil pessoas são internadas anualmente por conta de doenças de veiculação hídrica.
*Fonte: Instituto Trata Brasil
Sobre a ABIPLA
Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável. O setor movimenta R$ 30 bilhões anuais e responde por, aproximadamente, 85 mil empregos diretos.
Perfil do porta-voz
Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP. Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPLA.
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