Logística reversa é o caminho para o desenvolvimento sustentável
Fabricantes de produtos de limpeza participam de programas baseados na economia circular e algumas empresas já trabalham com meta de usar 100% de plásticos reciclados nas embalagens, em alguns anos.
No dia 17 de maio, é comemorado o Dia Internacional da Reciclagem e um dos setores que mais se destacam, em relação à preocupação com a sustentabilidade e o reuso de materiais, é o de fabricantes de produtos de limpeza. As metas são variadas e envolvem desde o uso de materiais biodegradáveis, nas formulações e embalagens, até o comprometimento de usar 100% de plásticos reciclados, em embalagens, nos próximos anos, o que mostra a importância da logística reversa para o setor.
“Todos os fabricantes de saneantes, em maior ou menor escala, trabalham com metas de desenvolvimento sustentável de suas produções e, muitos deles, desenvolvem e participam de programas de resgate e destinação de materiais para reciclagem”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
Engler destaca que a própria entidade incentiva seus associados a participar de programas baseados na economia circular. Um deles é o programa eureciclo, maior certificadora de logística reversa do País. Desde 2017, a eureciclo compensou mais de 214 mil toneladas de resíduos pós-consumo e a remuneração dos operadores ultrapassou R$ 11 milhões.
“As empresas que usam o selo eureciclo investem na estruturação da cadeia de reciclagem e estão adequadas à PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ele é uma maneira simples e efetiva de comunicar aos consumidores seu compromisso com a reciclagem, seja por meio da destinação correta de embalagens pós-consumo em proporção estabelecida pela lei (22%) ou mais ampla, chegando a 100% ou 200% das embalagens inseridas no mercado pelas empresas. Todo o processo é rastreável por meio do sistema pioneiro da eureciclo, auditado pelo quarto ano consecutivo pela EY”, explica Gabriela Reis, gerente de Marketing da eureciclo.
Mercado da reciclagem
Ao direcionar os resíduos para reciclagem, as empresas de bens de consumo promovem, também, inclusão social, já que os operadores de coleta e triagem são remunerados pelo serviço ambiental prestado e recebem Certificados de Reciclagem, como forma de comprovação legal. “É um mecanismo financeiro que ajuda a equilibrar os impactos dos resíduos sólidos na natureza, incentiva a cadeia de reciclagem de materiais complexos e oferece sustentabilidade financeira para o setor”, reforça Paulo Engler.
De acordo com dados do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), há cerca de 800 mil profissionais em atividade, no Brasil, sendo que 70% são mulheres. Esses trabalhadores são responsáveis por 90% da coleta de todos os resíduos e as estimativas mostram que o número de pessoas, que vivem desse trabalho, varia de 300 mil a 1 milhão, conforme o levantamento do MNCR e Departamento de Economia da Universidade Federal da Bahia.
“A reciclagem é um mercado que tem muito potencial para desenvolvimento e entendo que é algo em que todos que participam saem ganhando. Há ganhos ambientais para a humanidade, econômicos para toda uma cadeia de coleta, destinação e reuso de materiais, e até o cumprimento de obrigações legais, já que os fabricantes cumprem suas metas de logística reversa, segundo a PNRS”, diz Engler.
Consumo consciente
Vale lembrar que as práticas sustentáveis estão em plena harmonia com o consumo consciente, cada vez mais valorizado pelos consumidores. De acordo com a publicação Retratos da Sociedade Brasileira, da CNI – Confederação Nacional da Indústria, 38% dos brasileiros procuram saber se as empresas adotam procedimentos para prejudicar o mínimo possível o meio ambiente, como reduzir a emissão de poluentes e a quantidade de resíduos descartados. Além disso, cerca de três em cada dez consumidores estão dispostos a pagar mais caro por produtos ambientalmente corretos.
“As pesquisas indicam que a consciência ambiental é algo cada vez mais presente entre os consumidores brasileiros (e no mundo todo). Eles valorizam produtos de marcas com atitudes sustentáveis e tendem a levar em consideração essas questões na hora de decidir em quais produtos investir seu dinheiro. Isso também fica claro pelo aumento de parceiros que a eureciclo teve no último ano. Passamos de 2 mil para mais de 4 mil clientes. Sabemos que os avanços da legislação pesam na decisão, mas a adesão à compensação ambiental das embalagens acima da proporção de 22% (meta do acordo setorial) reflete um comportamento mais engajado com o meio ambiente”, destaca Reis.
Para o diretor executivo da ABIPLA, as empresas têm, agora, uma janela de oportunidade para se adequar às exigências deste mercado. “É uma tendência, mas, acima de tudo, uma necessidade. As empresas, de qualquer setor da economia, que não prepararem suas operações para atender aos padrões mínimos, de descartes e emissões, perderão mercado, seja por falta de cumprimento dos requisitos legais, cada vez mais rígidos, seja pela própria opção dos consumidores, que priorizarão os produtos menos agressivos ao meio ambiente”, conclui Paulo Engler.
Sobre a ABIPLA – 45 Anos Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) completa 45 anos em 2021, e representa os fabricantes de sabões, detergentes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável. Seus associados representam a indústria de higiene, limpeza e saneantes do Brasil, setor que movimenta R$ 26 bilhões anuais e responde por 85 mil empregos, diretos e indiretos.
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