Limpeza ainda mais fundamental em 2021
Revista H&C 7 de janeiro de 2021
Foco em cuidado e eficiência para desinfetar ambientes e objetos pode direcionar a inovação no setor de limpeza caseira
Em um tempo tão cheio de opiniões opostas, verdades e inverdades por todos os lados e regiões, como o tempo atual em que vivemos, quase que globalmente, parece ser consenso que lugar limpo faz bem para a saúde, física e mental. No nosso setor, principalmente, sabe-se que a limpeza – doméstica ou comercial – sempre foi fundamental para a saúde das pessoas. Ou pelo menos deveria ter sido. Agora, num mundo que vive uma pandemia (ela ainda não acabou), a limpeza se apresenta como algo ainda mais fundamental. Pode ser uma questão de sobrevivência.
Esse aspecto resume a responsabilidade das empresas que atuam nesse mercado, incluindo toda a cadeia produtiva. Não é preciso explicar muito quais palavras devem ter destaque em 2021 e nos próximos anos que virão: eficiência e confiabilidade.
Segundo Paulo Engler, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), há algumas incertezas sobre o comportamento do mercado para este 2021 que se inicia, especialmente, como se haverá a continuidade do Auxílio Emergencial oferecido pelo Governo Federal (entrevista feita em dezembro). O executivo afirma, contudo, que em termos de oportunidades, mantêm-se a expectativa de novos produtos saneantes, homologados pela Anvisa, no combate à Covid-19.
“O mercado de limpeza doméstica deverá manter o foco na sanitização dos lares e, assim, os tradicionais produtos para desinfecção devem se manter em alta, a exemplo do que vem ocorrendo em 2020”, diz Engler.
O diretor conta que a associação prevê que permanecerão no topo da pirâmide de consumo os itens mais básicos, como água sanitária, desinfetante e sabão em barra.
“Vale ressaltar que o potencial de consumo dos produtos de higiene, limpeza e saneantes, no Brasil, é elevado, pois aqui os gastos anuais são de US$ 89, em média, por residência, contra cerca de US$ 200 nos Estados Unidos”.
Vai fazer a diferença – As empresas precisam estar atenta a pontos-chaves para atender e até mesmo superar expectativas no atendimento às necessidades do consumidor. Na opinião do diretor da Abipla, “incontestavelmente, é fundamental o investimento em pesquisa e tecnologia”.
Engler destaca ainda que os produtos que possuem a característica de combate à Covid-19 serão bem aceitos no mercado. “Há, claramente, uma mudança de comportamento quanto aos critérios de higiene e limpeza, no Brasil e no mundo, em face à pandemia. Por isso, higienizar a casa e o ambiente de trabalho é um hábito que veio para ficar”.
Muito se fala em inovação, algo que se tornou praxe em quase todos os setores, principalmente nos setores cosmético e de produtos de limpeza. Engler enfatiza que, em limpeza, as inovações que tenham, como objetivo combater o coronavírus, assim como os produtos que possuam embalagens mais práticas e sustentáveis, que estejam adequados às necessidades das pessoas e tragam soluções diversificadas serão muito bem recebidos pelo público em geral.
Consumidor mais atento – Na visão de João Gandolfi, gerente de marketing da Flora, responsável pela marca Minuano, o mercado de limpeza em 2021 será tão importante como foi em 2020. Para ele, o brasileiro já tinha o hábito muito fortalecido na limpeza e higienização da casa e roupas, porém, com os aprendizados realizados em 2020, isso irá se estender para o este ano. “O ano de 2020 deixou os consumidores ainda mais exigentes e atentos com a limpeza da casa e da roupa”, afirma.
A empresa prevê para este primeiro semestre movimentar mais de 20 produtos da marca Minuano, entre lançamentos e relançamentos. “Essas movimentações passaram por todos ambientes e superfícies da casa e das roupas, estamos falando de categorias tradicionais como os lava-louças e produtos com foco na desinfecção”, revela o executivo.
Segundo Gandolfi, para ser bem-sucedido nesse setor, agilidade e precisão serão dois fatores fundamentais. “Vamos precisar ficar atentos aos novos hábitos e se necessário realizar movimentações dentro do próprio ano”, pontua o gerente. “Precisamos nos preparar para atender às novas demandas e exigências que o consumidor brasileiro está procurando”, completa.
A inovação é um dos pilares do trabalho da fabricante, segundo destaca o gerente. Ele conta que, na Flora, desde 2020 já havia diversos projetos praticamente prontos para 2021, que passam por limpeza e desinfecção de superfícies e higienização das roupas. Os lançamentos serão divididos entre o primeiro e o segundo semestre de 2021.
Mais eficiência e facilidade – Um ponto de destaque que Gandolfi ressalta é que os hábitos de higiene e limpeza que ganharam força em 2020, como o uso do álcool em gel, movimentaram a indústria de higiene e limpeza. “Somente no ano passado, a Flora apresentou 15 produtos para atender à demanda por itens com propriedades bactericidas e desinfetantes. Tudo foi desenvolvido e fabricado em tempo recorde”, conta.
A linha Minuano, por exemplo, ampliou seu portfólio com um Multiuso Antibac, álcool em gel e álcool 70% aerossol. “Esse último é a nossa principal aposta, pois possibilita uma aplicação mais fácil do produto em superfícies onde a embalagem em gel/líquida não é tão precisa, como sapatos, colchão, sofá, chaves, maçanetas e mochilas, entre outros.
Permanência de demandas – Acredita-se que os hábitos de limpeza e higienização, intensificados pelo consumidor brasileiro durante a pandemia, permaneçam. Sendo assim, deve se manter alta a procura por produtos como a água sanitária, o sabão para limpeza em geral e os desinfetantes, que já foram itens mais demandados em 2020. Essa é a visão de Cesar Nicolau, diretor de marketing da Ypê.
“Observa-se também uma adequação entre os tipos de produtos adquiridos em 2020 pelo consumidor e que deve se manter em 2021, como o aumento na procura por produtos mais práticos e convenientes, bem como por embalagens de tamanho família, com melhor relação entre desembolso por litro/kg”, explica.
O diretor afirma que a Ypê é otimista em relação a 2021 e continuará trabalhando para garantir a entrega de produtos de qualidade boa, inovadores, com alta performance “e com a melhor relação custo-benefício”.
No final de 2020, lançamos o lava-roupas Ypê Power Act, nas versões pó e líquido, para atender aos consumidores exigentes que buscam mais praticidade e alta performance. Sua fórmula contém partículas bioativas que removem manchas e sujeiras em uma única lavagem, poder oxiforce para entregar mais eficiência e tecnologia odorfree para roupas mais perfumadas”, afirma.
O diretor acrescenta ainda que por estar presente em mais de 90% dos lares brasileiros, a Ypê entende que os seus consumidores desejam produtos de alta qualidade, inovadores, acessíveis e completos, feitos para atender às expectativas deles.
“Exemplo disso, são os lançamentos feitos em 2020: o Amaciante Concentrado Ypê Essencial, um amaciante translúcido, livre de corantes, com tratamento micelar, que é um complexo ativo que age sobre as fibras do tecido proporcionando mais cuidado e mais maciez para as roupas; e o sabão em barra Ypê Natural, que é de origem 100% vegetal, sem corantes e perfumes, com óleo essencial, além de ser testado dermatologicamente”.
Marcou a história – No período do início da pandemia, constatou-se a necessidade que as instituições de saúde tinham pelo álcool em gel. E em apenas três dias, segundo Nicolau, a Ypê desenvolveu uma solução, adaptou uma linha fabril de lava-louças para a fabricação desse novo produto e direcionou a totalidade da produção para doação. “Foram mais de 1,3 milhão de frascos de álcool em gel distribuídos gratuitamente”, diz o diretor.
Passados oito meses dessa iniciativa, ao final de 2020 e acompanhando a necessidade de todo mercado, a Ypê incorporou o álcool em gel ao portfólio disponível para o consumidor final. “Esse produto ficará marcado na história da empresa pela mobilização de toda a cadeia por trás de um propósito maior, por toda agilidade e pensamento inovador no processo de formulação e adaptação nossa linha de produção para atender a essa necessidade da sociedade brasileira”, conclui.