Anuário 2021 – 45 Anos da ABIPLA

Anuário 2021 – 45 Anos da ABIPLA

A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla) lançou ontem, durante evento virtual exclusivo para convidados, o Anuário 2021 da entidade. Em sua 16ª edição, a publicação reúne dados, artigos e entrevistas que apresentam uma análise sobre o desempenho do setor em 2020, ano em que teve início a pandemia do novo coronavírus.

A publicação reúne dados, como faturamento, origem de importações, destino de exportações, empregos, número de empresas em atividade, crescimento de produção industrial. Traz também textos diversos sobre temas envolvendo a indústria e a sociedade, entre eles o artigo “O profissional da química e os saneantes: garantindo a saúde dos brasileiros”, escrito por José de Ribamar Oliveira Filho, Presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), e pelo Engenheiro Wagner Contrera Lopes, que além de conselheiro federal é superintendente do CRQ-IV.

Os dados revelados no anuário destacam a manutenção dos números de produção e de empresas pertencentes ao setor, o bom índice de emprego e o crescimento das vendas. “Em 2019, o faturamento das vendas no varejo somava cerca R$ 26 bilhões – o equivalente, à época, a US$ 6,6 bilhões. Em 2020, atingiu cerca de R$ 30 bilhões, mas, por conta da intensa desvalorização do Real, o valor, em dólares, foi de US$ 5,5 bilhões”, destacou Paulo Engler, diretor-executivo da Abipla.

A produção de saneantes fechou 2020 praticamente estável, com retração de 0,3%. O número é bastante superior ao da produção industrial brasileira, que amargou queda de 4,5%, e ao do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que recuou 4,1% no mesmo período. O total de empresas que compõem o setor também apresentou estabilidade: eram 2.611, em 2019, contra 2.589, em 2020.

“Temos apresentado números superiores ao PIB já há alguns anos. Dadas as dificuldades enfrentadas por toda economia mundial no ano passado, acredito que os resultados tenham sido positivos”, disse Engler, que previu um crescimento de 3% da produção para este ano.

Emprego – O total de empregados passou de 58 mil para 87 mil. Esse crescimento, porém, foi atribuído principalmente à mudança de metodologia para aferição da variável. Até então, os dados se baseavam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), meio criado no passado pelo governo federal para acompanhar a situação do emprego formal. Agora, são usadas as informações do e-Social, sistema que reflete melhor o universo de trabalhadores temporários e terceirizados.

Apesar das mudanças na metodologia, Engler afirmou que, mesmo considerando apenas os dados do Caged, as indústrias de saneantes estão contabilizando saldos positivos de vagas nos últimos anos. “O setor é um grande gerador de empregos e, independentemente do modelo adotado, temos registrado saldo positivo de vagas, mesmo que, até 2020, não tenhamos captado, totalmente, o total de empregos terceirizados ou temporários”.

O Anuário pode ser baixado gratuitamente aqui.

Participação – O Sistema CFQ/CRQs participou do evento de lançamento do anuário, sendo representado pelo Engenheiro Químico Wagner Contrera Lopes. Em sua fala, ele parabenizou a Abipla pela iniciativa de produzir a publicação e ressaltou a importância do setor. Segundo Lopes, 3% dos profissionais registrados no CRQ-IV atuam em indústrias de produtos saneantes e estas representam 4,3% das empresas registradas na entidade.

O dirigente também ressaltou a parceria do Sistema CFQ/CRQs e a Abipla no âmbito da pandemia de Covid-19. Especificamente, referiu-se às ações destinadas a barrar a implantação das chamadas “cabines de desinfecção de pessoas”, dispositivos que aspergiam produtos químicos em quem passasse em seu interior, a fim de, supostamente, eliminar o novo coronavírus. Por meio de pareceres técnicos, as entidades demonstraram que, além de serem ineficazes, as cabines poderiam causar sérios danos à saúde da população, uma vez que os produtos utilizados naqueles dispositivos se destinavam exclusivamente à limpeza de superfícies inanimadas.

Depois de terem sido corroborados pela Anvisa, lembrou Lopes, tais pareceres serviram de base para que o falecido prefeito de São Paulo, Bruno Covas, vetasse integralmente um projeto de lei que obrigava estabelecimentos públicos e privados a instalarem as cabines.

Fonte: Conselho Regional de Química IV Região